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Exposição da autoria de Jorge Bacelar patente até ao final do mês de outubro
No passado dia 14 de outubro, foi inaugurada na nossa Escola a exposição da autoria de Jorge Bacelar, fotógrafo português que aceitou o convite da equipa de trabalho ICE Mostra, que desde o início deste ano letivo tem procurado abrir o ICE à comunidade através de variadas ações. Desta vez, o ICE lançou o desafio ao premiado fotógrafo Português, para uma exposição com foco nos homens e mulheres do mundo rural, cujas vidas se dedicam a cultivar a terra e a tratar do gado, escolhendo para tanto um conjunto de retratos.
Ainda antes da inauguração da exposição que contou com a presença de vários elementos da sociedade civil e que ficou marcada por vários momentos de partilha entre todos, Jorge Bacelar apresentou a sua obra aos alunos do 5.º e 6.º ano, numa palestra que culminou com uma sessão de perguntas e respostas e onde a curiosidade esteve sempre presente.
A exposição que estará patente na nossa Escola até ao dia 30 de outubro e que é uma oportunidade a não perder para ver de perto a obra de um fotógrafo premiado internacionalmente é aberta ao público em geral e pode ser vista no átrio de entrada do ICE.
Ainda a propósito desta visita e enquanto elemento da equipa de trabalho do ICE Mostra que trouxe até ao ICE esta atividade, o Prof. António Galamba do Departamento de Português, escreveu o seguinte apontamento:
"De repente, estava o átrio cheio. Éramos todos água. Não sei ainda se torrente que nos levou, ansiosos pelo belo, para perto das maravilhosas fotografias do Jorge Bacelar, ou se delas as lágrimas pelo profundo despertar da nossa humanidade na luz de palha que só o Jorge soube, como mago, captar. Fomos água.
O Átrio estava cheio. Nos momentos em que nos foi possível abandonar a magia de ternura que nos fez éter e tocar com os pés no chão, todos reparámos: éramos muitos. E em todos habitava o espanto: pelas fotografias, pela amabilidade do Jorge, por estarmos ali juntos vivendo rente ao mundo maravilhoso que, afinal , se mostrava possível.
Li nas expressões dos meus alunos algo que ninguém lhes pôde ensinar: a humanidade em polvorosa perante a nossa mortal condição que, ainda assim, se ergue em poesia para as coisas do mundo: as abóboras, as infâncias, as mãos marcadas pelos dias difíceis, os olhos ternos dos bichos que somos todos. Todos.
Não sei, como em Sena[1], que mundo será o deles. Mas tenho a certeza de que estão, agora, mais aptos para se revelarem contra uma injustiça. Porque estas fotografias nos chamam à condição primordial da ternura.
Além disto, abraçámo-nos. Vi os seus olhos embaciados pela nitidez da arte. Valeu a pena.
Obrigado, Jorge, querido amigo."
[1] Jorge de Sena – Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya.